28 fevereiro 2007

Conversas paralelas

"Ouvir a conversa de vocês me dá vontade de vomitar!"

- De uma velhinha não muito simpática sentada na mesa ao lado de onde eu e um amigo almoçávamos nossos respectivos Big Macs.

Não sei exatamente a que parte da conversa ela se referia, se foi a do gato estribuchado que morreu duro, a do fetiche por atendentes do McDonalds ou a do que fazer quando não se encontra um banheiro na praia.

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26 fevereiro 2007

De uma flor.


De uma flor que caiu numa calçada da cidade, podemos imaginar um adorno quase escondido entre os cabelos de uma menina, que não viu então como estava tão bonita. Distraída, não percebeu que em algum lugar do caminho entre o jardim e um espelho, a flor deslizou e caiu numa calçada da cidade.
Ou então só deitou lá para poder morrer em paz.
E.

24 fevereiro 2007

boa noite brasil!

andei lendo uns blogues por aí e achei muito mais divertidos do que o que eu tenho feito por aqui.
acho importante dizer que são quase onze horas do dia em que o *adorado* horário de verão termina. ou seja, eu vou ganhar mais uma hora, só que eu já estou com sono. grande lucro. e vou perder uma coisa que eu gosto, que é luz às oito da noite. isso é segurança.
mas divago.
os outros blogues sãos mais criativos. é como se eu começasse a escrever non-sense e me achasse moderna. é como se no meio do post eu escrevesse
cos i don't feel like dancing
porque é o que está rolando na minha cabeça agora. scissor sisters, pelo amor de deus. isso seria estranho, mas talvez fosse uma leitura mais interessante do que me preocupar (desnecessariamente, eu sabia desde o começo, mas minha veia paranóica é grande. o kerouac diz que a paranóia é uma forma de relacionamento com o mundo, e eu acho que acredito nisso. eu sou paranóica. ou ié.) com o que o du está fazendo perdido pelo carnaval carioca, e nem era onde ele estava. é talvez mais interessante do que apresentar minha simpatia pela palavra cintilante. e daí que paris cintila? as pessoas TÊM que ver isso com seus próprios olhos. é totalmente inviável saber por mim que paris cintila. é preciso ver, e isso é tarefa de cada um, na sua individualidade financeira. eu nem posso pagar uma passagem pra paris pra mim, que dirá pros outros. mas, entretanto, eu adoraria estar em paris com algumas pessoas, da minha mais humilde preferência.
mas, voltando. o que fazer pro blogue ser mais legal? escrever exageradamente sobre todo o fluxo mental, sobre tudo o que me ocorre dizer em todos os momentos? eu posso escrever sobre os livros que eu estou lendo, mas em geral eu aprecio a leitura, mas não tenho opiniões contundentes sobre nada. nem sobre a yoko eu não tenho mais opiniões contundentes. tenho opiniões voláteis, e não me pergunte sobre política.
meu poder de argumentação é péssimo, e eu gostaria que fosse ótimo. é uma coisa que eu lastimo nessa vida, não saber argumentar direito. eu me perco no que devo dizer. eu não sei citar fontes. eu só sei o que eu leio, e a maior parte da minha cultura geral vem da tv. vem da oprah, às vezes. (alguns programas são chocantes, como aquele em que casais heterossexuais se descobriam homossexuais. uau. isso pode acontecer com qualquer um.)
então, eu acho algumas coisas sobre algumas coisas. eu leio muito. eu escuto muita música. eu ouço muitas histórias de muita gente. mas como, meu deus, como fazer isso soar interessante em um post de blogue? como fazer minhas amigas acharem que isso que eu vivo todo dia é minimamente interessante, ao ponto de ser, digamos imitável?
tem pessoas que são imitáveis. ou, de um ponto de vista, tem pessoas cujas vidas merecem biografias. mas, como diria o william burroughs (se não conhece procura no google pq eu realmente não tenho tempo agora pra explicar quem ele é) sobre a minha biografia, nunca li nada de tão insípido na minha vida. desnecessárias as aspas indicando a citação. mas ele diria isso sim, porque eu, tirando o fato de ser uma boa estudante, não fiz mais nada de interessante. nem editar um blogue. oras.
então essa é a minha preocupação agora. fazer textos que sejam interessantes e fluidos e cheios de non sense, talvez. christ.
anyway.
c.

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::cintilante:::

::cintilante:::

Tem algumas palavras que nos agradam. Cintilante é uma das que me agrada.

cin.ti.lan.te adj m + f (lat scintillante)
1 Que cintila. 2 Muito brilhante. 3 Faiscante. 4 Que causa deslumbramento.

Foi lendo um trecho de um livro do Salinger* que eu lembrei que gosto muito dessa palavra.

"Neste momento estou usando em volta dos joelhos o belo céu cintilante que me ofereceu como um presente de apresse-se-e-sare-logo-da-sua-hepatite-e-timidez."

Lembro de pensar, enquanto o avião sobrevoava Paris, à noite, que "Paris cintila". Paris causa um deslumbramento por si só, mas Paris, à noite, é brilhante, faiscante, deslumbrantemente cintilante.

:)

c.

*
em "Seymor: uma introdução".

21 fevereiro 2007

PREOCUPADA.

20 fevereiro 2007

Onde Andará o Du??

Hein? Hein? Por onde andará o Du, esse mega fã de Carnaval carioca??
E eu aqui, sozinha, em Porto Alegre completamente vazia, sem um ruído vindo da avenida, um carro freiando mais bruscamente. E nublado, friozinho, chuvoso até. Isso, é claro, mantém minha feliz decisão de não ir para praia longe do arrependimento. Mas, por outro lado, também não me dá a chance de renovar o bronzeado. Em vez disso, eu tenho lido e dormido em uma quantidade assustadora, apesar de os planos familiares serem de renovação e arrumação da casa.
Eu não gosto de Carnaval. Não gosto das fantasias, das músicas (eu gosto de samba, não de samba-enredo), não gosto do clima de loucura generalizada que se gera nesses dias. Gosto, porém, da cidade vazia. É mais fácil de arranjar vaga e de dirigir, simplesmente. Mas e o Du? Ele mora no Rio e também não gosta de Carnaval, tanto quanto eu sei. Mas tá desaparecido. Tragado, espero, pela falta de internet em casa, não pelas ondas dos sambas-enredos...

c.

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16 fevereiro 2007

Livros bons tem bons finais?

Acabo de terminar de ler O Grande Gatsby. O Luis Fernando Veríssimo disse que tudo o que se precisa saber sobre a humanidade está neste livro. Em parte é verdade. É uma história sobre possibilidades e sobre dificuldades. E o último parágrafo é o seguinte:

“Gatsby acreditou na luz verde, no orgiástico futuro que, ano após ano, se afastava de nós. Esse futuro nos iludira, mas não importava: amanhã correremos mais depressa, estenderemos mais os braços... E, uma bela manhã...

E assim prosseguimos, botes contra a corrente, impelidos incessantemente para o passado.”

Meu final de livro preferido é do On the road, do Kerouac, que diz assim:

"Assim na América quando o sol se põe e eu sento no velho e arruinado cais do rio olhando os longos, longos céus acima de Nova Jersey e posso sentir toda aquela terra crua e rude se derramando numa única, inacreditável e elevada vastidão até a costa oeste, e toda aquela estrada seguindo em frente, todas as pessoas sonhando nessa imensidão, e em Iowa eu sei que agora as crianças devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe que Deus é a Ursa Maior? e a estrela do entardecer deve estar morrendo e irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez antes da chegada da noite completa que abençoa a terra, escurece todos os rios, recobre os picos e oculta a última praia e ninguém, ninguém sabe o que vai acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice, eu penso então em Dean Moriarty, penso até no velho Dean Moriarty, o pai que jamias encontramos, em penso em Dean Moriarty."

http://www.youtube.com/watch?v=_MjPtem6ZbE ---------> Kerouac lê justamente esse trecho...
c.

05 fevereiro 2007

Vento
Cheiro de flores
Vindo da rua...

(16-11-2005)

e hoje:

Trovões
Cheiro de chuva
Vindo com o temporal