31 janeiro 2007

Luis Fernando Verissímo vai ao cinema

Vou contar a história desde o começo.
Eu sou apaixonada pelo Luis Fernando Veríssimo. Passei muito tempo da minha vida com pessoas me dizendo que viram ele no super (e eu tive miragens assim), no cinema, na livraria e etc. E nunca isso acontecia comigo. Um dia ele foi no colégio da minha irmã, e ela pegou um autógrafo dele pra mim. Eu adorei aquilo. Foi um momento mágico abrir o livro e ver que ele tinha escrito meu nome. Mas não era tão mágico quanto encontrá-lo.
Essa oportunidade eu fui ter tempos depois, numa sessão de autógrafo conjunta entre os quatro autores de uma coleção de ficção sobre o Golpe de 64. Aí sim, não só vi o Luis como disse a ele meu nome. Momento mágico.

Então ontem eu fui assistir a Grande Família* e, no estacionamento, minha mãe vê a mulher do Luis Fernando Veríssimo. Concluímos que aquele ao lado dela só podia ser ele, apesar de mais magro do que me lembrava. Saí correndo pelo estacionamento para acompanhá-los a uma distância segura. (Eu não sou nenhuma stalker...). Ele ficou fora da fila do cinema (presumimos que tenha ido ver "Perfume", com a mulher e a filha), e todos comentavam "ei, aquele não é o Luis Fernando Veríssimo?". Mas eu tinha visto antes.
E assim vi meu ídolo pela segunda vez na vida. E estou atrasada nas leituras de seus livros, pois pelo que sei já saíram mais dois depois do último, que eu nem gostei tanto. Entretanto, esse é o cara que pensa a mesma coisa que eu a respeito do Big Brother e tem um apartamento em Paris.
E estou lendo o Grande Gatsby, livro que ele recomendou uma vez. Acho que ele disse que tudo o que se precisa saber sobre a humanidade está nesse livro, mas posso estar enganada.


*Nota: O filme não é tão divertido quanto o seriado. Mas dá pra rir um pouco. Lembra Corra Lola Corra. Me corrijam, please.

c.

30 janeiro 2007

Returns

Dando as caras por aqui novamente, depois de uma longa ausência, durante a qual a Carolina ficou responsável por entreter vocês com suas letrinhas cor-de-rosa. A minha casa entrou em obras, então precisamos carregar as coisas pra um apartamento temporário. A boa notícia é que aqui eu tenho um quarto só pra mim.

Daqui da janela dá pra ver parte do pátio do colégio onde eu estudei desde a quinta série. Ainda é período de férias, mas daqui a pouco isso aqui vai estar cheio de pirralhos (impressionante como eles ficam mais pirralhos a cada ano que passa...). Pra quem fez o primário num Jardim Escola do lado de casa com meros oito alunos na turma, mudar para um colégio com dez turmas de cinqüenta alunos só na quinta série era algo intimidador.

O engraçado(?) é que eu lembro de todos os livros que li para fazer prova de português naquele ano, mas não lembro do nome da minha primeira (de muitas) paixão platônica. Deve ser memória seletiva. Ou lei da compensação. Não dá pra se dar bem nas provas e com as garotas ao mesmo tempo, afinal de contas, dá?

(Peraí, em 1993 eu tinha 11 anos. Poxa, meu sobrinho tem 11 anos e é muito mais malandro que eu. E eu tô falando de hoje em dia...)

Por onde andarão aquela menina por quem todo mundo babava, o cara que achava que tirava onda só porque fumava, o marombado que comprava revista com homens fortes com óleos pelo corpo pra ficar admirando os bíceps dos caras (ha ha), a menina que perguntou se a Monalisa ainda tava viva, o repetente que ficava implicando com você... hhhm, não, esse tomara que já tenha morrido.

Foram sete anos estudando no mesmo colégio, meio que rodeado pelas mesmas pessoas, ainda que em turmas diferentes. Muitos recreios sentados naquele pátio. Dessa experiência toda só consegui manter um único amigo, com quem falo regularmente. Há quem diga que ter muitos amigos de adolescência no seu círculo social atravanca o amadurecimento da pessoa. Deve ser verdade. Mas daqui a pouco o pátio do colégio vai estar cheio de gente que não sabe disso ainda. Muitos relacionamentos sociais vão começar com a promessa de serem eternos. De fato, alguns serão. As chances de você conhecer seu futuro melhor amigo na sala de aula ainda são levemente maiores do que numa comunidade do Orkut.

29 janeiro 2007

- Mas tu sabe que é bonita?
- Há! Não sou não, só sou ajeitada.

E esse seria um diálogo possível.

c.

28 janeiro 2007

sobre patos

Eu acho lindo quem gosta de patos. Marrecos, galinhas. Apóio a criação de todos esses animais e de muitos outros. Mas eu apóio a criação de tudo isso em sítios, fazendas, chácaras, lugares isolados do espaço urbano em geral.
Do lado da minha casa não!!

E assim é. Meu vizinho, desde que eu me mudei pra cá, nos idos de 1996, cria galinhas e galos. Eu me acostumei com os ruídos característicos e nem escuto mais. Às vezes, ao telefone, as pessoas escutam e comentam "mas tem um galo aí!", e eu nem estava me dando conta.
Agora em setembro veio uma novidade: patos. De repente começo a ouvir uns "quá quás" estranhos. Aquilo não podia vir nem da galinha nem do galo. Concluí que só podia ser um pato. E o "quá quá" até era agradável. Baixinho. Modesto. Entretando o bichinho deve ter crescido (porque eu nunca o vi, apenas deduzo sua existência e crescimento), e o barulho ficou realmente mais alto. Muito alto. Muito desagradavelmente alto. Domingo de manhã, 6 da manhã, e os "qua quás" me acordando...

Eu acho lindo quem gosta de patos. Acho mesmo.
Apóio todos os criadores de patos da zona rural de qualquer lugar. Rural, eu disse.

c.

19 janeiro 2007

Do "Vidas desperdiçadas", do Zygmunt Bauman:

Esse é, em linhas bem gerais, o ambiente da vida contemporânea. Os "problemas do refugo (humano) e da remoção do lixo (humano)" pesam ainda mais fortemente sobre a moderna e consumista cultura da individualização. Eles saturam todos os setores mais importantes da vida social, tendem a dominar estratégias de vida e a revestir as atividades mais importantes da existência, estimulando-as a gerar seu próprio refugo sui generis: relacionamentos humanos natimortos, inadequados, inválidos ou inviáveis, nascidos com a marca do descarte iminente.

18 janeiro 2007

coisas que eu odeio

... um dia eu fiz toda uma lista mental, mas esqueci muitas coisas. então vou postar apenas duas.

1. escada rolante que não funciona.
2. caneta destampada.

c.

*Carnaval 2001

A Carolina me escreve uma carta, da qual retiro o seguinte trecho.

"i gotta tell u something about life, and about what's happening with us, going to college and all. we are spending 4, maybe 5 years of our life finding out great things, no big problems, then we graduate and we won't have any job, we'll have to do a master, a doutorado, (which i really don't mind, being called Dr. Etcheverry), but the thing is, we won't have any chance unless we have a major degree. we have to study hard. am I being too PESSIMIST?
Conclusion: life is getting hard on us."

Você estava corretíssima. E olha que eu nem me formei ainda...

E.

15 janeiro 2007

o caos da aviação brasileira


... por causa do caos da BR-101, decidimos ir até Florianópolis de avião nesse ano. Compramos passagens da Gol, rezamos para que todos os CINDACTAS funcionassem a pleno vapor, e fomos ao aeroporto (um dos lugares que eu adoro). Na ida atrasou uma hora, mais ou menos, mas era no Salgado Filho, então dava até pra fingir que o destino era mais longe. Na volta, a visão que eu tinha do aeroporto de Florianópolis, desolado, vazio, pois estive lá em setembro tarde da noite, se transformou. Era um caos de gente circulando, o check in da TAM uma bagunça só, filas, todos os bancos ocupados, pessoas dormindo pelo chão, alguns atrasos. Pessoas que estavam ali há muito. No dia anterior, o CINDACTA não sei qual número, de Curitiba, tinha estragado, pela manhã, causando inúmeros atrasos e cancelamentos. Mas tivemos sorte, e nosso vôo atrasou apenas uma meia hora, coisa que, em tempos atuais, não pode ser considerado muito grave. Consta que de tarde, no mesmo dia, o CINDACTA voltou a ter problemas, atormentando as pessoas novamente.

Assim é que ou a pessoa decide se aventurar pelos inúmeros desvios e engarrafamentos da BR 101, ou decide aguentar os atrasos nos aeroportos. Continuo preferindo um avião a um carro, principalmente se for pra passar longas horas, porque além de ter banheiro, tem serviço de bordo.

c.

Do Campeche a Porto Alegre em menos de 3 horas


... de avião, se chega ao Campeche em menos de três horas, contando todos os deslocamentos e atrasos. O inverso também é verdadeiro.
Estive por lá durante dez dias, no meu pequeno paraíso. Dormindo, ouvindo música e lendo. É assim que eu descanso, e era um descanso merecido, depois de toda a atrapalhação que eu passei no último semestre.
Com isso eu explico o porquê da ausência de posts por aqui.

Minhas leituras foram as seguintes:

1. Crônicas de Motel, do Sam Shepard, que são posts de blogs, se na época isso existisse... Me disseram que o texto dele não tem palavras fora de lugar ou mal usadas, e isso é verdade. Acho que pessoas do teatro escrevem muito bem, por algum motivo.

2. Diamantes do tamanho do Ritz, de Francis Scott Fitzgerald. Destaque para "Bernice corta o cabelo". Mas todas as três histórias do livro são muito boas.

3. Histórias de amor, Adolfo Bioy Casares. Boas histórias sobre os relacionamentos de um narrador que, imagino eu, seja o próprio Bioy.

Mais por vir, como tudo na vida.

c.

07 janeiro 2007

Rock in Rio dos Sonhos

A proposta surgiu em um tópico novo no Canal Geral, um fórum de discussão do qual eu participo. A idéia era escalarmos as atrações para um Rock in Rio que estaria prestes a acontecer, mais ou menos nos mesmos moldes dos festivais anteriores - 7 noites de evento, três atrações nacionais e três internacionais por noite, uma noite teen, uma noite metal e alguém pra ser vaiado e levar garrafada - tentando equilibrar o gosto pessoal com uma visão mercadológica. Depois de pensar por alguns dias, cheguei ao seguinte resultado:

Dia 1 . Ivete Sangalo, Gilberto Gil, Maria Rita, Jack Johnson, Eric Clapton + JJ Cale, Bob Dylan
Dia 2 . Nando Reis, Los Hermanos, Os Mutantes, Flaming Lips, Moby, Radiohead
Dia 3 . Kid Abelha, Capital Inicial, Titãs, New Order, Morissey, The Cure
Dia 4 . Reação em Cadeia, Angra, Sepultura, Slipknot, Rammstein, Metallica
Dia 5 . Cansei de Ser Sexy, Pato Fu, Sandy e Junior, James Blunt, Black Eyed Peas, Madonna
Dia 6 . Matanza, Cachorro Grande, Pitty, Nick Cave & The Bad Seeds, Black Crowes + Jimmy Page, The Who
Dia 7 . Tequila Baby + Marky Ramone, Paralamas + Manu Chao, Tom Petty & The Hertbrakers, Iggy Pop & The Stooges, Pearl Jam

Parando pra pensar, agora que estou escrevendo esse post, reparei que a grande maioria desse pessoal aí em cima é das antigas, se levarmos em conta que anos 90 também já é história. Na verdade, acho que os anos 2000 não produziram muitas grandes bandas, né?, dessas capazes de lotar estádios de futebol onde quer que passem. Bem, eu não consegui pensar em nenhuma, pelo menos. Será que a carreira de megarockstar está em extinção? Mais sobre isso em algum próximo post.

E.